Domingo no Parque

Feira de Economia Solidária promove oficinas e geração de renda

* Texto e foto por Marina Paschoalli

Quem passou pelo Vitória Régia nessa manhã de domingo encontrou um parque lotado: um encontro de fuscas de um lado, a preparação para a transmissão do jogo do Brasil do outro e, no meio disso, uma novidade: a I Feira de Economia Solidária de Bauru.
A feira é uma iniciativa da Incubadora de Cooperativas Populares da Unesp de Bauru (Incop), com apoio do Enxame Coletivo. Juliana Melo Ferreira (a Ju), integrante da Incop, conta que a idéia da parceria surgiu do festival Contato de 2009, em São Carlos, que uniu as atividades da I Feira Microregional de Economia Solidária aos shows e oficinas. O @festivalcanja pareceu a hora certa de realizar a feira aqui em Bauru.

Entre os empreendimentos participantes estavam as mulheres do Alimento & Vida, comercializando pães caseiros (deliciosos, por sinal). O Laboratório Solidário de Design da Unesp e o casal Ana e Leonardo "Nô" marcaram presença vendendo artesanato. Objetos diversos feitos de bambu foram expostos pelo projeto Taquara e a banquinha do Enxame levou todo o acervo de camisetas, CDs, chaveiros e vinis.

"A idéia da feira, além de promover os empreedimentos, é divulgar a economia solidária", explicou Ju. Para isso, rolou a presença do Paulo Índio, do Fórum Paulista de Economia Solidária, ministrando a oficina "Etnodesenvolvimento e economia solidária: construção de redes sociais". A oficina foi em forma de roda de discussão, o Paulo explicou alguns conceitos, socializou suas experiências e todo mundo trocou idéias e dúvidas sobre o assunto.

"A economia solidária visa um novo modelo de produção, consumo e relações comerciais", explicou Paulo. Esse novo modelo da pra essas relações um viés alternativo ao do capitalismo, sempre respeitando o meio ambiente, humanizando o trabalho e democratizando a informação, como afirmou o oficineiro. Durante a conversa rolaram discussões sobre a articulação de um Fórum Regional de Economia Solidária, a fim de unir empreendedores, gestores e entidades de fomento.


Outra oficina fez parte da programação da feira: "Tecnologia social geodésica". Os estudantes da Unesp Urias, Rodrigo e Henrique montaram junto com os participantes uma estrutura geodésica feita de bambu e encaixes de canos de PVC. Geodésicas são estruturas que se consistem em barras e apresentam grande resistência e leveza, devido ao formato esférico. A idéia da oficina dessa manhã foi mostrar técnicas de construção que provocam pouco impacto ambiental.

"Valeu a pena, rolou aprendizado, o problema foi o momento em que resolvemos fazer, porque a Copa mia tudo, ainda mais em dia de jogo", contou Urias. Os participantes também curtiram. "É uma forma de se unir pra fazer uma coisa sustentável, poder fazer e conversar, foi legal ver o pessoal interessado, fazendo perguntas, e estar com a galera é sempre legal", diz a estudante de biologia Mônica, que "chegou pra uma oficina de mantra e acabou construindo uma geodésica".



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